As raízes das orquídeas são responsáveis pela sua fixação e captação das substâncias usadas para elas se desenvolverem com saúde. É umas das partes que mais evoluiu em relação às raízes de outras plantas mais simples.
Essa evolução vem ocorrendo ao longo dos milhares de anos por uma necessidade das orquídeas terem que se adaptar em locais onde outras plantas não conseguem viver.
A grande maioria das espécies de orquídeas conhecidas é epífita, isto é, vive com suas raízes expostas fixadas em galhos e troncos de árvores nas florestas ou na forma aérea mesmo, em pleno ar.
Os mais significativos processos vitais, como a preparação e armazenamento de substâncias nutritivas e os fenômenos respiratórios das trocas gasosas, acontecem dentro das raízes.
Normalmente, as raízes das orquídeas não apresentam raízes primárias, ou seja, raízes centrais de onde brotam outras raízes secundárias, como árvores. Elas apresentam apenas as secundárias, as quais brotam diretamente do caule e, ocasionalmente, de outras raízes. Sua principal característica é a presença de um tecido especial chamado velame.
O velame é uma espécie de esponja para as orquídeas, pois apresenta espaços e canais microscópicos em seu interior, onde usualmente aloja-se um fungo conhecido como micorriza, responsável pela decomposição da matéria orgânica presente no meio em que as epífitas vivem e sais minerais que podem ser absorvidos pelas plantas.
Essa “esponja” também protege a raiz para que ela não fique muito exposta e tem a função de absorver água e nutrientes, além de evitar a evaporação excessiva. Além disso, o velame evita que as raízes expostas sequem com mais facilidade.
Esse tecido altamente especializado é uma estrutura de muitas camadas, com um engrossamento especial nas paredes das células, prevenindo o colapso celular. Ele possui uma textura e consistência papirácea ou esponjosa, de cor esbranquiçada. O velame é facilmente identificado, pois, ao quebrar uma raiz viva, ele representa toda a estrutura que circunda a sua pequena e fina parte funcional, onde passam os feixes vasculares.
É interessante notar que o cilindro vascular das raízes, a parte mais interna de uma orquídea, jamais, ou muito raramente, é infectado pelos fungos que vivem nela, pois a planta controla o espaço onde ficam os fungos e, como têm vida muito curta, eles acabam sendo absorvidos pelas células em forma de minerais e, dessa forma, a orquídea controla a quantidade de fungos em sua raiz.
Quando a raiz está úmida, sua cor fica verde e o velame se enche passivamente com água, ajudado por micro perfurações nas suas paredes. Quando seca, a cor fica entre o branco e o prateado, e o velame faz uma barreira contra a perda de água. Além disso, algumas espécies de orquídea apresentam as raízes de cor acobreada ou amarronzada.
Existem raízes de orquídeas que são mais grossas e raízes que são mais finas, e isso depende da espécie e do seu habitat. De maneira simples, as raízes grossas reservam mais água do que as finas e por isso o tamanho e o tipo do substrato influenciam diretamente no sucesso do seu cultivo.
É importante dizer que existem situações que o crescimento das raízes pode parar, por exemplo, se forem comidas por alguma praga, como lesma ou caracóis, se forem atacadas por nematóide ou machucadas acidentalmente.
Formas das raízes das orquídeas
As raízes das orquídeas variam em espessura dependendo da espécie e também se diferenciam muito de acordo com o local e a maneira onde crescem:
- Epífitas
As epífitas são, em geral, bem desenvolvidas, sendo robustas e cilíndricas enquanto aéreas e achatadas após aderirem ao substrato. Elas vivem grudadas em troncos de árvores, mas não são parasitas, pois realizam a fotossíntese a partir de nutrientes absorvidos pelo ar e pela chuva. Portanto, ao contrário do que muitas pessoas pensam, elas não sugam a seiva da árvore.
Alguns exemplos: Phalaenopsis, Vanda, Dendrobium e Cattleya.
- Rupícolas
As rupícolas vivem sobre rochas e também apresentam uma boa estrutura, porém mais finas e curtas, já que em seu habitat elas se limitam ao espaço em que estão alocadas, como pequenas porções de substrato existentes nas fissuras de rochas onde vivem.
Elas não vivem agarradas a uma pedra lisa, mas fixadas nos liquens e folhagens decompostas acumuladas nas fendas e partes rebaixadas da pedra.
Alguns exemplos: Laelia e Brassavola.
- Terrestres
As terrestres são as que vivem como plantas comuns na terra. Suas raízes normalmente encontram-se espessadas em pequenas ou grandes estruturas parecidas com tubérculos esféricos e longamente cilíndricos, servindo de reserva de nutrientes e água, substituindo os pseudobulbos nesta tarefa.
Na ponta, fica concentrada a região de crescimento da raiz, chamada meristema subapical, parte responsável pela divisão de células e crescimento. Ele é subapical porque não fica na ponta da raiz, já que é muito sensível, e sim envolvido por uma camada protetora, de cor diferente, que funciona como uma capa, chamada coifa.
Alguns exemplos: Cymbidium, Paphiopedilum, Phaius e Arundina.
A maioria das orquídeas tem a ponta em crescimento na cor verde, algumas na cor vinho e outras até com pigmentos amarelados. Essa cor da ponta da raiz pode indicar as prováveis cores das flores em muitas espécies e em alguns híbridos também.
Vale destacar que o meristema apical existente nas raízes é uma das opções que propicia a clonagem das orquídeas.
Quando as raízes estão crescendo dentro do substrato, elas se tornam pálidas e dilatadas, e podem apodrecer mais facilmente se submetidas a muita umidade por bastante tempo.
O correto funcionamento das raízes das orquídeas epífitas ocorre com o processo de absorção e secagem delas, por isso a necessidade de secagem do substrato.
Função das raízes das orquídeas
As raízes se orientam pela umidade e isto não é por acaso. Elas desempenham a função de depósito de nutrientes e água. Assim, ajudam as orquídeas a reterem e acumularem o material nutritivo que se deposita em suas bases.
Também são, em alguns casos, órgãos clorofilados capazes de realizar fotossíntese ao receber luz e a ajudar as plantas a gerar energia durante os períodos em que perdem as folhas ou, em outros casos, de orquídeas que não possuem folhas, apenas rudimentos foliares.
A durabilidade das raízes varia em razão dos fatores ambientais, mas geralmente é inferior à duração dos caules. Novas raízes costumam brotar durante ou no final do período de crescimento vegetativo da planta.
Plantio das orquídeas
O tamanho da raiz oferece uma grande dica de que tipo de substrato pode ser utilizado no plantio.
A regra é simples: orquídeas de raízes mais finas podem ser plantadas em substratos mais finos; já as de raízes médias preferem substratos mais grossos; por fim, as orquídeas de raízes mais grossas gostam de substratos formados por pedaços maiores e bem arejados.
Replantio das orquídeas
O replantio de uma orquídea é uma operação delicada, que precisa ser feita na época certa do ciclo para obter sucesso. Preferencialmente, esse procedimento é feito quando a planta começa a emitir raízes novas, pois é quando elas crescem e se fixam no substrato novo.
Uma dica para o replante é não deixar a planta ficar solta, porque as raízes em crescimento, que ficam raspando no substrato, podem se danificar, parando o desenvolvimento da orquídea. Portanto, para travá-la, o ideal é colocar o substrato sempre na borda do vaso, pressionando a planta, ou utilizar tutores, caso não seja possível usar apenas o substrato.
A troca de vaso e substrato é estressante para a orquídea, mas se for efetuada na época certa, logo nos meses seguintes será possível observar o crescimento da planta enraizando no novo substrato, além de não prejudicar a floração.
Caso a época adequada seja perdida e o replantio seja feito em outro período, a orquídea pode ficar sem florir no outro ano e até entrar em dormência, ou mesmo acabar morrendo, além de ficar solta no vaso por falta de raízes que a fixem ao substrato.
Curiosidade sobre as raízes das orquídeas
Algumas orquídeas, como Grammatophyllum, podem desenvolver mais uma especialização em suas raízes. Em geral, essas plantas possuem raízes mais grossas utilizadas para fixação e absorção de água e nutrientes.
Entretanto, também desenvolvem raízes finas, que curiosamente crescem no sentido contrário ao do substrato, formando uma estrutura semelhante a um ninho, que provavelmente deve ter a função de manter um ambiente mais úmido perto da planta, além de aproveitar a matéria orgânica em decomposição que se deposita ali.
Harmoniz Orquídeas
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